Em uma contratação: Você escolhe ou é escolhido?

Para iniciarmos esta reflexão, vamos imaginar uma cena que provavelmente você já vivenciou! Imagine que você está em uma balada ou barzinho e de repente aparece uma pessoa muito interessante, vocês trocam alguns olhares, começam a conversar e se beijam! Aquele momento foi tão agradável, que no dia seguinte, vocês compram as alianças, tornam-se noivos e marcam o casamento para o próximo fim de semana.

Neste momento você deve estar pensando: Espera aí! Até a parte do beijo está tudo certo! Agora, comprar as alianças e casar em uma semana, isto não é comigo não! É bem isto, por mais que estejamos carentes, com vontade de conhecer alguém para passar os resto dos nossos dias ou viver uma grande paixão, existe uma fase muito importante, entre o primeiro beijo, noivado e o casamento. Esta fase é o namoro!

Agora, vamos olhar para as organizações, em específico para o processo de contratação das mesmas. Tudo inicia com a troca de olhares, onde a organização lança o seu olhar através do anúncio de uma oportunidade e as pessoas interessadas, correspondem ao mesmo enviando o seu currículo para análise. Se os olhares forem correspondidos, gerando uma sensação de interesse mútuo, chegou a hora de marcar o primeiro encontro, onde durante a entrevista, pode ocorrer o primeiro beijo. E dependendo da intensidade deste beijo, ambos resolvem viver uma relação mais intima, vivendo o seu noivado durante o período de experiência, até chegar o dia do casamento, através da contratação efetiva!

Ao compararmos estes dois cenários, utilizando a analogia do início de uma relação amorosa com o processo de contratação de uma organização, provavelmente você deve ter ficado com a mesma sensação que eu fiquei! Que rápido! Quer dizer então que uma troca de olhares e um beijo foi o suficiente para noivar e casar? Sei que é um pouco difícil de aceitar, mas esta é a realidade em muitas organizações, muitas mesmo, independente do seu porte e estruturação! Claro que cada uma no seu grau de intensidade!

Diante deste contexto, podemos perceber que uma importante etapa chamada namoro foi ignorada, mas antes de falarmos sobre ela, precisamos trazer para consciência algumas reflexões importantes, pois, por mais que consigamos chegar a um resultado, ou seja, o noivado e o casamento por muitas vezes são efetivados! Podemos correr o risco, desta relação ter o seu dia a dia muito conturbado, chegando ao extremo de uma rápida separação ou quem sabe ainda, ela possa ter uma longa duração, porém infeliz!

Vamos então direto ao cerne da questão! Para tentar entender os motivos que podem nos levar a ignorar esta importante etapa chamada namoro! E como bem sabemos, quando estamos nos picos de euforia ou de tranquilidade extrema, ficamos anestesiados e a qualidade das nossas decisões, tendem a ficar muito comprometidas, pois os nossos filtros estão desligados, dando espaço para que sentimentos, como a carência, a necessidade, o desejo ou uma vontade extrema, ocupem o lugar, onde deveria habitar a clareza de critérios, que nos permite realizar uma escolha consciente para nossa vida!

Desta forma, podemos ter como resultado três possíveis cenários, são eles:

– Você está anestesiado e é escolhido pelo outro!

– O outro está anestesiado e você faz a escolha!

– E em último caso, ambos estão anestesiados e jogam a sorte para o universo!

Resumindo em poucas palavras, quem estiver anestesiado, com certeza foi o escolhido!

É neste momento, que o namoro se apresenta como uma alternativa, para que ambos possam se escolher de maneira consciente, por mais que a troca de olhares e o primeiro beijo deixaram uma sensação agradável, isto não será suficiente para sustentar uma relação no dia a dia, desta forma, precisamos durante o namoro, ou no caso de uma organização, durante o processo de seleção, observar três aspectos fundamentais para o sucesso de uma relação profissional e por que não, pessoal:

O primeiro aspeto é a cultura, onde podemos entender como cultura, a soma dos nossos valores, crenças, características pessoais, ou seja, tudo aquilo que nos torna únicos e estabelecem o nosso caráter e as nossas verdades, aquilo que não abrimos mão de jeito algum. É importante destacar, que quando falamos de cultura, não existe certo ou errado, desta forma, de nada adianta eu ficar reclamando ao me deparar com uma cultura diferente. Isto somente reforça a importância de realizar escolhas conscientes!

O segundo aspecto são as competências, lembrando que as competências são o único motivo da sua existência em uma organização, ou seja, a medida que as organizações vão crescendo ou evoluindo, surge a necessidade do exercício de novas competências, o que faz as mesmas neste momento, iniciar a troca de olhares para estabelecer uma nova relação. Vale ressaltar, que um mobilizador natural para o estabelecimento de uma relação é a complementariedade, afinal, pense com carinho! Por qual motivo iremos estabelecer uma nova relação se já somos autossuficientes?

O terceiro e último aspecto, são os objetivos, mas neste caso, me refiro aos objetivos primários da nossa vida, não os secundários. Vamos pegar um exemplo para facilitar o entendimento! Imagina que você é alguém bem família e estar perto da mesma e acompanhar o crescimento diário dos seus filhos é um dos seus objetivos primários. Mas bem no momento, em que o seu filho nasce, surge aquela promoção tão esperada e você é convidado para se tornar o Diretor Nacional de Vendas da organização, sendo que este novo desafio, necessitará que você faça muitas viagens de negócios por mês. Diante disto, fica claro que o objetivo da organização não está alinhado com o seu objetivo pessoal. Neste momento, qual a relação você escolherá sacrificar? Difícil né? Mas será extremamente necessário, escolher para não ser escolhido!

E se você me permite colocar uma real, bem real! Competências você treina, objetivos você reformula, agora, quando falamos de cultura, a mesma torna-se bem mais desafiadora diante da mudança! Pense nisto e namore bastante, para que você possa vivenciar escolhas mútuas e conscientes, diante das oportunidades que a vida lhe oferece!

Finalizo esta provocação, reforçando que este conteúdo foi preparado com muito carinho para estimular você a ressignificar hábitos na sua vida, se ele fez sentido para você, a melhor forma de retribuir é ajudando para que ele alcance o maior número de pessoas possíveis! Para isto, basta você deixar o seu “like” ou o seu “deslike”, o seu comentário e se possível, compartilhar com as pessoas que desejar!

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