Quais são os seus critérios para a escolha dos supérfluos?

Fique tranquilo que a minha intenção aqui não é criticar o supérfluo, pois se eu fizer isto, estarei sendo hipócrita, pois assim como você, eu adoro desfrutar dos gozos que a vida tem a nos oferecer. E sim, muitos deles podemos classificar como supérfluos, ou seja, tudo aquilo que não é essencialmente necessário para a nossa vida, mas que nos gera prazer ao desfrutá-los!

Desta forma, a minha intensão aqui é me relembrar sobre o custo do supérfluo para a minha vida e utilizar isto como pano de fundo para as suas reflexões, para que possamos assim, além de garantir e priorizar o necessário em um primeiro momento, escolher de uma maneira ainda mais criteriosa os supérfluos.

Quando me deparo com a expressão “essencialmente necessário”, a primeira lembrança que me vem a mente é uma kitnet de dezenove metros quadrados, que foi o meu lar durante quatro anos, e por ironia do destino, até o nome do residencial onde ela estava localizada, fazia referencia ao que ela significou para mim, o nome do residencial era IDEAL! Analisando de uma maneira ainda mais profunda a expressão “essencialmente necessário”, dos três cômodos da kitnet, eu ainda poderia dispensar a cozinha, pois a maioria das minhas refeições não eram feitas ali. Em resumo, foi através desta experiência que eu pude compreender ainda melhor o que podemos chamar de NECESSÁRIO!

Já diante da palavra “supérfluo”, a experiência mais marcante por mim vivida, foi a aquisição de um carro que era o meu sonho de consumo, demorei alguns anos para conquistá-lo, até o momento em que ele definitivamente fez parte da minha vida e confesso que não medi esforços para tornar este sonho em realidade, pois gastei um bom tempo da minha vida para alcançá-lo. Digamos que ele serviu para mim como um ícone para a palavra “supérfluo”, pois ele me ajudou a compreender que alguns desejos, possuem um custo muito elevado, tanto para alcançá-los, como também para mantê-los na minha vida. E foi através desta experiência, que eu compreendi de verdade o significado da palavra SUPÉRFLUO.

Compreender com clareza estes dois extremos é algo recente na minha vida, mas confesso que foi libertador, pois me fez repensar o que é NECESSÁRIO e o que é SUPÉRFLUO. Onde diante do necessário não há muito o que se fazer, pois sem ele não podemos ter uma vida digna, mas em relação ao supérfluo, ficou claro para mim o seu custo e o quanto ele pode me tornar refém, se não for escolhido de uma maneira mais criteriosa.

Mas como tornar mais criteriosa estas escolhas? Acredito que não existe uma fórmula única, no meu caso utilizo dois critérios que estão me ajudando muito, são eles: o “tempo de vida” e o “espaço mental”!

Quanto ao tempo de vida, ele é o que temos de mais precioso e quanto mais liberdade para fazermos nossas escolhas, mais compreenderemos o que efetivamente é viver ao invés de simplesmente ocupar o nosso tempo. Vamos a um exemplo, talvez polêmico, mas que nos ajudará a compreender melhor este cenário! Não tenho nada contra, sobre ter uma casa na praia, aqui na minha região é algo muito comum e é o objetivo de muitas famílias esta conquista. Mas você já parou para pensar quantos lugares diferentes você está deixando de conhecer, por ter criado para você mesmo a obrigação de ter que curtir a sua casa de praia nas férias? Se você tem condições de manter a sua casa na praia e ainda assim realizar outras conquistas, tudo certo! Agora, se mantê-la esta lhe privando de outras experiências de vida, ela pode ter lhe tornado refém, obrigando você a ocupar o seu tempo de vida com ela e para ela!

Já em relação ao espaço mental, quem me apresentou a este critério, foi meu grande amigo Marcelinho (in memoriam), que de uma maneira brilhante, me ajudou a refletir sobre algo tão importante, que eu ainda não havia me flagrado. Pois além da liberdade para escolhermos o que fazer com o nosso tempo de vida, precisamos também ter liberdade para os nossos pensamentos, para que assim possamos destinar os mesmos para a nossa evolução e não somente as preocupações que poderão contribuir para a nossa estagnação! Ainda em relação ao exemplo da casa de praia, você a de convir comigo, que você não pensa nela somente no momento de desfrutá-la, mas sim, também em relação a sua segurança, manutenção, limpeza, além dos fatores naturais que podem comprometê-la de alguma maneira, ou seja, se ela faz parte da sua vida, ela ocupará os seus pensamentos, principalmente no que diz respeito a mantê-la na sua vida! Afinal, não é nada fácil nos desfazermos de uma conquista! Isto seria uma agressão ao nosso EGO! Mais isto é assunto para uma próxima reflexão!

Como mencionei, a casa de praia foi utilizada somente como pano de fundo, para exemplificar e ilustrar os dois critérios por mim adotados, que poderão lhe ajudar a refletir e a escolher melhor os supérfluos para a sua vida! No meu caso, não é a casa de praia, mas são outros os supérfluos que ocupam o meu tempo de vida e o meu espaço mental e garanto para você, que são ainda menos aceitáveis para a grande maioria das pessoas, comparados ao exemplo da casa de praia. Mas confesso, que já comecei a aplicar os meus critérios, tanto para o que já conquistei, quanto para o que pretendo conquistar, afim de manter e escolher somente os supérfluos, dos quais estou disposto a dedicar o meu tempo de vida e os meus pensamentos!

E para você! Quais são os seus critérios? Você está disposto a aplicá-los, afim de tornar o seu tempo de vida e os seus pensamentos mais livres?

Finalizo esta provocação, reforçando que este conteúdo foi preparado com muito carinho para estimular você a ressignificar hábitos na sua vida, se ele fez sentido para você, a melhor forma de retribuir é ajudando para que ele alcance o maior número de pessoas possíveis! Para isto, basta você deixar o seu “like” ou o seu “deslike”, o seu comentário e se possível, compartilhar com as pessoas que desejar!

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